A tomada de decisão em uma empresa é uma ação que sempre envolve riscos, desde a perda de recursos financeiros até prejuízos intangíveis, como impactos negativos na reputação da marca.
A verdade é que tomamos decisões em nossa rotina todos os dias. Você escolhe a roupa que irá usar, o perfume, o que irá comer, etc. Há motivos (às vezes tão intrínsecos que você nem se dá conta) que faz com que você escolha tal coisa e não outra. Isso é o que chamamos de processo de tomada de decisão.
Quando voltamos nosso olhar para o mundo corporativo, esse processo persiste e os desafios podem ser ainda maiores. A questão chave é: como torná-lo mais fácil? Como minimizar os riscos? Sua empresa segue algum modelo de tomada de decisão?
Neste conteúdo, você vai descobrir como um/a diretor/a pode ter mais assertividade em suas decisões corporativas. E mais, que tipo de ferramentas e procedimentos podem ser adotados. Confira!
A importância da análise de dados para decisões estratégicas
Há uma frase famosa do livro “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, que diz: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve… “. O trecho é uma resposta dada à Alice, que está diante de uma encruzilhada, sem saber qual caminho seguir, qual decisão tomar.
O trecho chama a nossa atenção para a importância de se ter um objetivo, ou, dependendo do planejamento corporativo em discussão, uma meta e um propósito também. Esse é o primeiro passo para uma tomada de decisão estratégica.
Se você for uma liderança, entenda aonde quer chegar e certifique-se de que sua equipe saiba disso. E se você ainda não souber, vale a pena investir em ferramentas e serviços de coleta e análise de dados qualitativos e quantitativos que podem ajudar você a descobrir!
Por exemplo, após um mapeamento de stakeholders, você como liderança, conseguirá identificar os pesos e as expectativas que recaem sobre o seu trabalho.
Afinal, é esperado que alguns dos stakeholders persigam o mesmo resultado, por exemplo, aumento das vendas. No entanto, o modo adotado para alcançar esses resultados mudam conforme o stakeholder (lançar um produto novo, contratar novos colaboradores, diminuir o custo de produção, etc).
Encontrar esse equilíbrio não é fácil, mas é algo primordial. É o que sugere o executivo-chefe da YSC Consulting, Eric Pline, em entrevista à Forbes, “Você tem que entender e navegar em ambos. Caso contrário, é apenas uma questão de tempo até que você não seja mais o líder.”
Quer outro exemplo? Imagine que a empresa que está a frente de um projeto tem o objetivo de aumentar a participação no mercado ao comercializar um novo produto.
É possível que uma decisão estratégica dessas possa ser tomada sem dados sobre mercado, concorrência, necessidades e expectativas do público-alvo, talvez até feedbacks coletados com um número menor de clientes sobre o novo produto? Difícil, certo? O fato é que há sempre um custo para tomada de decisão.
Investir em análise de dados tende a ser muito menos oneroso que arcar com perdas financeiras por conta de um lançamento de produto mal planejado.
Como melhorar a tomada de decisão da liderança?
É comum que a tomada de decisão nas organizações seja associada automaticamente aos cargos de liderança dentro da hierarquia organizacional.
No entanto, esse entendimento vem se transformando, não apenas pelo crescimento dos novos modelos de gestão, mas também pela compreensão de que todos os colaboradores tomam decisões mais ou menos complexas em suas atividades.
Dados e informações são fundamentais no processo de tomada de decisão de todos. Eles embasam ações e colocam os colaboradores “na mesma página”, ou seja, cientes da situação e com o mesmo objetivo.
Contudo, é importante que, como liderança, você saiba que as decisões são naturalmente perpassadas por nossas subjetividades. Novamente, durante a entrevista, Pliner apontou que as decisões mais difíceis são sempre as subjetivas e humanas. Ele destacou a importância da autoconsciência no processo de tomada de decisão.
“Quer saibamos ou não, toda decisão de liderança contém moral, valores e ética”, destacou, Pliner. Isso envolve um exercício constante de auto análise e reflexão. Quanto mais forte for esse senso, mais fácil será a tomada de decisões complexas.
Em resumo, você melhora suas decisões quando compreende seu processo de tomada de decisão. Quando entende o que pesa mais ou menos em suas ponderações, quando admite a indispensabilidade de dados e a subjetividade que também existe na decisão empresarial.
Para além de dados, definição de objetivos e autorreflexão, a tomada de decisão tende a ser potencializada com outras ações, como o investimento de diversidade e inclusão.
Conforme um artigo da Harvard Business Review divulgado pela Forbes, a participação das mulheres em conselhos de administração reduz o risco das tomadas de decisão e estimulam discussões mais ricas. Isso porque a presença delas tende a “moderar o excesso de confiança dos CEOs homens” e, além disso, elas costumam chegar mais bem preparadas.
Por fim, antes de falarmos sobre ferramentas específicas, vamos elencar um passo a passo básico para que a dupla ‘liderança e tomada de decisão’ possam se fortalecer cada vez mais.
Passo a passo para potencializar a tomada de decisão estratégica
- Defina e entenda qual é o seu objetivo;
- Colete e analise dados, métricas de desempenho, informações – tudo isso irá contribuir na melhor tomada de decisão;
- Avalie as possibilidades, se possível, registre prós e contras de cada possível decisão, consequências a curto, médio e longo prazo. Qual delas impulsiona o objetivo definido no passo 1?
- Se possível, compartilhe suas ponderações com a equipe, peça para que contribuam com o processo;
- Não tenha medo de decidir algo e perceber que é preciso reajustar no meio do caminho;
- Confie em si (tempo de experiência e intuição) e na capacidade da sua equipe inovadora.
Leia também Vieses cognitivos nas tomadas de decisão: entenda como suas ações podem estar sendo influenciadas.
3 Ferramentas para potencializar a tomada de decisão nas organizações
Não é preciso ser uma empresa com gestão horizontal para implantar uma tomada de decisão mais plural. Basta entender como funciona o processo e, a partir daí, inserir algumas ações e modos de se atuar de acordo com esse conceito.
Outro fator fundamental para potencializar a tomada de decisão nas organizações é contar com especialistas de fora da empresa que possam mediar esse processo, além de trazer dados do mercado, entrevistas, benchmarkings e aplicar ferramentas avançadas e específicas para cada caso.
Além da expertise que uma consultoria pode trazer, ainda há o fator neutralidade, pelo qual a mediação é facilitada, já que não há um laço direto com a organização (como acontece com os gestores da empresa, por exemplo).
Abaixo, citamos algumas ferramentas que potencializam a tomada de decisão nas organizações:
1. Pesquisa etnográfica
Problemas para tomada de decisão nas organizações com assuntos relacionados aos seus clientes? Primeiro, é preciso entender com profundidade como se dá o relacionamento de seu cliente com a empresa. Uma forma muito atual de se visualizar as personas de um determinado negócio é realizando uma pesquisa etnográfica, que vem de etnografia, disciplina das ciências sociais.
Esse tipo de estudo faz observações dos clientes em seus “habitats naturais”, ou seja, nos locais habituais de vivência de seus consumidores. Isso faz com que os observadores entendam como os clientes agem e reagem com seu produto ou serviço, nutrindo de informações ricas a tomada de decisão nas organizações.
Leia um conteúdo completo sobre o que é e a importância das pesquisas etnográficas.
2. Workshop de inovação
Um workshop é um treinamento ágil e prático, com atividades específicas para determinado problema. Um workshop de inovação tem propósitos, técnicas e práticas específicas, mas sua metodologia oferece disponibilidade para mudanças, tendo a flexibilidade como um dos seus pilares.
Outra técnica utilizada nos workshops são as sessões de cocriação. Os participantes, junto à consultoria contratada, vislumbram possíveis soluções para os problemas. Essas soluções são testadas em colaboração com todos, até que se chegue a uma saída satisfatória.
3. Mapeamento de stakeholders
O mapeamento de stakeholders é uma forma de conhecer todas as partes interessadas na sua organização, já que os stakeholders são todas as pessoas que possuem algum interesse no seu negócio, desde os colaboradores da sua empresa até seus fornecedores, clientes e possíveis clientes.
Com a ajuda de uma empresa especializada, realizar esse mapeamento faz com que sejam vislumbradas ações a serem tomadas para melhorar o relacionamento com esses stakeholders, tornando a tomada de decisão nas organizações muito mais precisa e segura.
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Bruna,
Sou Abilio, arquiteto, tenho 64 anos e 40 anos como sócio proprietário da Griffe Arquitetura em Goiânia.
Atualmente estou criando a ComBem – Comunidade do Bem. Esta comunidade está sendo constituíd por empresários, profissionais liberais e voluntários de vários ramos de atividade.
Nosso propósito principal e criar condições para que as crianças socialmente desamparadas não sejam criadas nas ruas e preencham seu tempo livre com o aprendizado de esportes, artes e cultura em geral.
A forma que imaginamos para atingir este propósito é de mentorar, com a participação de voluntários e/ou funcionários contratados, a gestão de creches que já existem em Goiânia.
Queremos criar um sistema de gestão de entidades do terceiro setor e desenvolver a mentoria para que a gestão das entidades se profissionalize.
Se a homa puder nos ajudar, ou indicar quem possa nos mentorar neste início, ficaremos muito gratos.
Sds,
Oi Abilio! Obrigada por contar sua história! 🙂 Esperamos que nossa mentoria possa te ajudar.
Abraços